De acordo com a técnica do laboratório do FIPAG, Rebeca Paulo, foram analisados 13 parâmetros físico-químicos e microbiológicos, dos quais apenas dois apresentaram desvios face às características esperadas. Trata-se de uma situação restrita à água bruta (não tratada), sendo que os níveis de ferro estão acima do ideal e a turvação indica a presença de partículas em suspensão.
“A água bruta não tem limite regulatório, mas, analisando as suas características, notámos concentrações anormais de ferro, possivelmente devido à composição natural do solo ou a estruturas metálicas no sistema de captação,” explicou a técnica.
Apesar destas alterações, os restantes parâmetros — como pH, oxigénio dissolvido, nitratos e condutividade eléctrica — encontram-se dentro dos padrões considerados aceitáveis, o que indica que não há risco imediato para a saúde pública, desde que a água passe pelo tratamento convencional adequado.
Rebeca Paulo destacou que a situação ainda requer confirmação por meio de novas amostragens, para verificar se se trata de uma ocorrência esporádica ou de uma alteração persistente na qualidade da água.
“Estamos a fazer mais coletas e simulações laboratoriais para avaliar a eficácia de processos de remoção de ferro. Trata-se de um tratamento simples, mas que requer adaptação no sistema de tratamento se os níveis se mantiverem elevados,” acrescentou.
A equipa técnica da AdRC assegura que a Estação de Tratamento está a operar normalmente e que, com os ajustes necessários, a remoção do ferro e a redução da turvação são tecnicamente viáveis. O acompanhamento contínuo permitirá tomar decisões informadas sobre possíveis intervenções adicionais na infra-estrutura de tratamento.