O referido sistema, recentemente transferido para a gestão do FIPAG e actualmente operacionalizado pela AdRMM, encontra-se em estado obsoleto, carecendo de intervenções estruturais urgentes. O estudo foi realizado pela empresa CONSULTEC, com financiamento da organização WaterAid, tendo como objectivo a definição de soluções técnicas para melhorar o desempenho e ampliar a capacidade do sistema.
A sessão foi oficialmente aberta pelo Director dos Serviços Centrais de Recursos Humanos, Nordino Ticongolo, que, na sua intervenção, destacou o empenho institucional do FIPAG na promoção de projectos que garantam o acesso sustentável à água potável. Segundo afirmou, "o compromisso do FIPAG é garantir que soluções sustentáveis e eficazes sejam implementadas para melhorar o acesso à água potável nas zonas que mais necessitam, como é o caso de Mahubo". Encorajou igualmente os técnicos presentes a contribuírem com análises críticas e propostas viáveis para o futuro do sistema.
O consultor apresentou os principais dados do estudo, revelando que o sistema está actualmente a operar com um caudal médio de 41 metros cúbicos por hora, o que corresponde a cerca de 984 m³ por dia — apenas 79% do volume estimado necessário para o ano de 2026. Apesar disso, o potencial hidráulico da infra-estrutura permitiria, com as intervenções adequadas, alcançar um caudal de até 91 m³/h até ao Centro Distribuidor de Mahubo.
Foram também partilhadas preocupações relativamente à ausência de aparelhos de medição de caudal em funcionamento, o que compromete a monitoria do volume de água efectivamente entregue aos bairros beneficiários, incluindo Mahubo e Porto Henrique. A medição já foi solicitada e os resultados são aguardados com expectativa.
O estudo faz igualmente projecções populacionais com base no Plano de Infra-estrutura Urbana do Município da Vila de Boane (2019), estimando-se que a população servida pelo sistema poderá ultrapassar os quarenta mil habitantes até 2046.
Em termos de infra-estruturas, Mahubo conta actualmente com um reservatório elevado de 80 m³ e dois reservatórios apoiados com capacidade aproximada de 150 m³ cada. Alguns bairros beneficiam directamente dos reservatórios intermédios, devido à vantagem da diferença de cotas.
A sessão contou com a participação do Gestor da Unidade de Implementação do Programa de Segurança Hídrica Urbana, Célio Bié, do Administrador Técnico da AdRMM e de diversos técnicos do FIPAG e entidades parceiras.